Já começamos dizendo que adoramos o filme, então se você que está lendo nosso texto vem com uma ideia pré-determinada sobre a história, pedimos que nem continuem.
Vamos ao contexto deste roteiro inspirado no livro 3.000 dias no bunker: Um plano na cabeça e um país na mão, de Guilherme Fiuza e dirigido por Rodrigo Bittencourt. Estamos em Brasília, maio de 1993 e após uma sequência de planos econômicos que não surtiram efeito, o país é levado à hiperinflação. Uma seleta equipe econômica, protegida em um bunker contra pressões políticas, mergulha na missão de reformar o Estado e criar o Plano Real. Só isso já mostra a tensão da época e o tom do filme. Tirando excessos, sabemos que não era fácil viver na década de 1980 e o plano Real foi a única luz no final do túnel.
No roteiro não aparecem heróis ou bandidos, justamente por isso é interessante. Alí todos querem alcançar o sucesso e prestígio pessoal, o caminho para isso acontecer é salvar o Brasil em um plano econômico que oferecesse verdadeira capacidade de crescimento ao maior país da América do Sul. Não pouparam presidentes, deputados ou senadores, mostraram suas fraquezas, falsidades e interesses. Por isso vá assistir para apreciar a obra que relata em forma de trailer de ação uma parte de nossa história atual.
A fotografia, mesmo com o “tal erro” de aparecer a ponte JK inaugurada em 2002, tem belos takes de Brasília. As atuações são fortes, afinal temos em frente à nós atores de grande experiência.
“Um ano após o impeachment de um governo problemático, corrupto e extremamente incompetente, o filme de Rodrigo Bittencourt surge como a retomada de um movimento que fazia sentido apenas para os ideológicos de plantão”. Almanaque Virtual