Como diz Bill Murray, “não faço filmes para ficar famoso ou rico”, e isto é o que temos nesse filme, uma história interessante e não um blockbuster. Esta trama envolve guerra, tráfico e garotas de programa no tumultuado ambiente do Afeganistão.
Richie Lanz é um empresário decadente da música que resolve levar uma de suas contratadas para se apresentar ao exército americano no Afeganistão, lá ele é deixado e ainda sem seu passaporte. Mas sua sorte “reaparece” quando ele encontra (e investe) Salima, e resolvem participar de um programa de calouros local. Claro que a bagunça apenas começa e todos se veem envolvidos em questões culturais e no meio de uma guerra tribal.
Para alguns parece que a história, baseada em fatos reais, é uma grande salada, porém fica visível que de um lado temos a desesperança em si mesmo vivido por Richie, de outro o desejo de uma vida melhor e cheia de sonhos de Salima. O contraste destes dois personagens são bem retratados nas histórias apresentadas por cada um a seu tempo na trama.
As participações especiais são destaque por aparecerem e desaparecerem da trama, retratando assim o ambiente tenso e louco de guerra do local. Com isso a força de Bill Murray aparece com tudo, justamente por enlaçar as histórias.
Outro destaque é a trilha sonora de rock, em especial nas músicas de Cat Stevens. Uma curiosidade ´sobre o nome do filme, “Rock em Cabul”, cujo título original é “Rock the Kasbah”, este título da música homônima da banda The Clash, a qual não está no filme mas tem muito a ver com a história real de Setara Hussainzada, que inspirou a comédia “Rock em Cabul”; primeira mulher a cantar e dançar no programa “Afghan Star”, versão local do “American Idol”, sua participação gerou polêmica e ela foi obrigada a fugir para a Alemanha.
“Mesmo com todo o carisma de Murray, e sua excelente performance, seu personagem não é tão atrativo a ponto de segurar a primeira parte do filme sozinho. Na verdade, nenhum dos personagens possui profundidade suficiente para causar apelo no espectador”. CineClick