Emily VanCamp encarna seu primeiro papel de peso no cinema americano, isso depois do sucesso da série televisiva Revenge. E olha, está bem no papel e consegue segurar o drama de trauma e sofrimento de forma excepcional. A história possui uma complexidade de interpretação grande, pois nos traz à discussão acerca dos traumas psicológicos que a pedofilia, o abuso de vulneráveis e a ausência familiar podem causar.
O roteiro não se aprofunda nas questões psicológicas e permanece na área comum de um drama intenso, Já a diretora Marya Cohn nos ganha em alguns quesitos como os momentos de total silêncio, o que instiga o espectador, e a maneira como retira da protagonista suas nuances mais densas, aqui os mais atentos conseguirão captar esses problemas e relevar a superficialidade, muito pelo esforço de Emily, que busca apresentar os desejos sexuais profundos de uma mulher adulta, como isso a afeta e como consegue criar uma aura de não julgamento pela sua conduta liberal.
“A diretora mostra uma confiança no comando da câmera e um dom para criar personagens femininas muito ricas em sua construção – o que dá grandes esperanças sobre o futuro de sua carreira”. New York Times