O sombrio e comentado filme austríaco, que trata da quebra de confiança na relação entre mãe e filho, vem colecionando prêmios e indicações desde 2014 e só agora, dois anos depois, estreia nos cinemas brasileiros.
O segredo de “Boa Noite, Mamãe” está em entregar os detalhes do contexto aos poucos, permitindo ao público montar o quebra-cabeça em seu próprio tempo. Por que ela fez a cirurgia? O que aconteceu entre ela e Lukas? Vivenciar a história plenamente é uma das sensações mais aterrorizantes provocada pelo cinema contemporâneo.
A grande sacada acontece quando os meninos decidem inquerir a mãe, de fato, a respeito da própria identidade (dela). Sem pudor (e sem spoiler), os realizadores mandam às favas a premissa comumente assumida como sacra da relação mãe e filho(s) – e de crianças como seres intocáveis – e o terror é convocado para assumir Ich seh, Ich seh (no original) como gênero, do meio para o final do filme. É de comer os dedos.
“Boa Noite, Mamãe é um exemplo perfeito da habilidade que um grande filme de cinema de gênero tem para transcender as limitações de sua linguagem, deixando o espectador assustado e também encantado”. Washington Post