Uma delicada experiência em meio aos horrores da guerra, é assim que defino este filme.
O roteiro foi adaptado do livro baseado nos manuscritos de Irène Némirovsky, estes ficaram inédito por 62 anos, o romance expõe as delicadas minúcias da alma humana e a fragilidade dos elos de solidariedade em momentos de desespero. Presa e levada para Auschwitz, Némirovski morreu logo depois de terminar o livro. O manuscrito foi salvo pelas filhas e pela governanta, que pensavam tratar-se de um diário. As letras microscópicas revelaram, 62 anos depois, uma obra implacável, um verdadeiro painel da França durante esse doloroso episódio.
No filme Michelle Williams vive Lucile, uma mulher que vive com a sogra, Madame Angellier (Kristin Scott Thomas), enquanto o marido luta na guerra. As duas vivem confortavelmente e parecem alheias à realidade do conflito. Aliás, ambas atrizes entregam performances excelentes. Sendo convincentes do início ao fim da história.
Porém tudo muda quando tropas alemãs invadem o vilarejo e as principais residências do local acabam por abrigar soldados inimigos. É quando Lucile e Madame Angellier são obrigadas a acolher Bruno von Falk (Matthias Schoenaerts). Bruno se revela uma pessoa incomodada com certas atitudes do exército alemão e ali encontra um refúgio e consegue desenvolver um improvável e breve romance.
“Por meio de uma singela história de amor, Saul Dibb aproveitou a bela narrativa de Irène para traçar um painel do que se tornaria uma espécie de guerra civil na França entre colaboradores e resistência. Dibb alterna com propriedade temas como traição e compaixão”. O Globo