Quentin Tarantino gosta de uma polêmica, não seria diferente em seu 8º filme. “Os Oito Odiados” fala claramente (e de forma inteligente) sobre racismo, xenofobia, violência contra a mulher, homosexualidade e ganância, tudo isso num faroeste cheio de brutalidade, humor e alguns diálogos ultrajantes.
A trama acompanha uma diligência qua cruza as invernais paisagens do Wyoming levando John Ruth e sua fugitiva Daisy Domergue para Red Rock. No caminho eles encontram dois estranhos Major Marquis Warren, um ex-soldado transformado em caçador de recompensas, e Chris Mannix, um renegado do sul que diz ser o novo xerife da cidade. Depois de se perder em uma tempestade, o grupo busca abrigo no Armazém da Minnie, uma parada de diligência nas montanhas, a qual a dona não se encontra misteriosamente no local. Lá eles encontram mais estranhos: Bob, Oswaldo Mobray, o vaqueiro Joe Gage, e o General Confederado Sanford Smithers. Daí para frente é suspense e terror, confinados numa sala fechada como uma panela de pressão.
Já sabemos que seus filmes são violentos, mas aqui ele aproxima mais a câmera para mostrar cabeças explodindo. Ele sempre defende uma espécie de “vingança racial”, mas aqui ele transforma o negro num sádico, aqui ele mostra uma mulher forte mas que apanha brutalmente a cada frase que pronuncia. É evidente que “Os Oito Odiados” não faz tudo isso por acaso, ele evidencia o nível de descontrole dos dias atuais.
“Tarantino é assim mesmo, um diretor que volta ao passado para ser sempre um cineasta a frente de seu tempo”. CinePop