Adoro muito os filmes que são aplaudidos ao final da sessão, e isto ocorre facilmente em “As Sufragistas”.
É um drama histórico estrelado por Carey Mulligan, Helena Bonham Carter e participação de Meryl Streep, que acompanha o início do movimento feminista e a luta pelo direito ao voto feminino na Inglaterra. São mulheres que resistiam à opressão de forma passiva, mas, a partir do momento em que começam a encarar uma crescente agressão da polícia, decidem se rebelar publicamente.
O ponto de partida interessante é terem escolhido como protagonista Maud Watts, uma mulher sem formação política e trabalhadora de uma lavanderia acostumada à opressão masculina, ela nunca questionou o sistema, mas aos poucos descobre seus direitos como cidadã.
A prática eleitoral é utilizada como metáfora da desigualdade entre os sexos. O verdadeiro tema do filme é a luta pela igualdade, pela defesa das minorias e pela eliminação dos dogmas machistas impostos pelo cristianismo. O verdadeiro gesto político do roteiro é colocar o dedo em feridas morais que existem até hoje.
“O maniqueísmo, que valoriza na narrativa a contenda de homens versus mulheres, é indubitavelmente ampliado pela arte, mas ainda assim eficaz para refletir as injustiças de gênero cometidas na realidade atual, fora do quadro cinematográfico”. Almanaque Virtual