Ao contrário de seus dois últimos filmes como diretora, neste, Angelina Jolie Pitt, escolheu uma obra mais intimista como terceiro filme. Sem cenas épicas, a premiada atriz acabou contando com maior domínio da narrativa para realizar aquele que até aqui é seu melhor trabalho. Angelina demonstra uma grande evolução como diretora.
“À Beira-Mar” segue um escritor americano chamado Roland e sua esposa, Vanessa, que chega a um tranquilo e pitoresco resort beira-mar na França de 1970, com seu casamento em aparente crise. Enquanto eles passam seu tempo com amigos de viagem, incluindo os recém-casados Lea e François, e os moradores locais Michel e Patrice, o casal começa a chegar a um acordo a respeito de problemas não resolvidos em suas vidas. O espectador é levado para dentro da loucura do casal e consegue desvendar as entrelinhas dos problemas juntamente com os personagens.
Em seu estilo, e seu tratamento acerca de temas da experiência humana, o filme é claramente inspirado pelo cinema e teatro europeus dos anos 60 e 70.
A fotografia de Christian Berger também merece destaque. Aproveita bem o cenário paradisíaco, como realiza belas tomadas em que usa reflexos de vidros, espelhos e retrovisor.
“Apesar de alguns flashes iniciais de leviandade, “À Beira Mar” parece terminantemente (e inconscientemente) caminhar para a autoparódia ou uma atmosfera tão desagradável como de seus filmes anteriores ao tomar um rumo abrupto, inesperadamente espirituoso e propositalmente perverso”. New York Times