Johnny Depp carrega “Aliança do Crime” no papel do mafioso descendente de irlandeses Whitey Bulger. Completamente fora de sua zona de conforto, o ator interpreta o criminoso sob pesada maquiagem, algo que ele está acostumado a fazer, mas entrega uma atuação contida e ameaçadora. É nos movimentos econômicos, na risada raspada, na sensação de insegurança, que Bulger surge, que o personagem ganha força.
O enredo é baseado em uma história real, uma aliança feita entre o gângster James “Whitey” Bulger e o FBI, em Boston, nos anos 70. Basicamente, ele entregava seus concorrentes criminosos em troca de imunidade. A história é contada ao longo de três décadas, parte de um criminoso comum a líder de um dos maiores grupos da máfia nos Estados Unidos
A evolução do personagem de Joel Edgerton, o agente do FBI John Connolly, é a mais clara. Ponto para o ator que está ótimo e em destaque na trama. Ele sofre a maior transformação psicológica (ou moral), motivo pelo qual o papel exige, em última análise, mais de seu intérprete. Mérito, em primeira instância, do roteiro, claro, mas que não se sustentaria se não houvesse um ator à altura. E esse cara é Joel.
“O instinto de observação de Depp, deixando as coisas subentendidas ou internas para então expulsá-las quando necessário, paga altos dividendos aqui […]. É uma atuação inesperada e muito bem-vinda nesse ponto de sua carreira, e uma das melhores”. The Hollywood Reporter