Era Uma Vez em Nova York é acima de tudo um drama sobre pequenos laços. Na trama, situada na década de 1920, a imigrante polonesa Ewa Cybulski aceita ser acolhida pelo cafetão Bruno, na esperança de ajudar sua irmã a também entrar em Nova York. Paralelamente, o ilusionista Emil, primo de Bruno, se envolve com Ewa e promete ser a sua salvação.
Enquanto Bruno encarna a versão mais cruel da terra das oportunidades, Emil personifica, com seus números de mágica, outra promessa: a da América como o mundo dos sonhos que se realizam.
O gênio de James Gray reside em estabelecer laços, portanto, onde eles não existem. É um processo civilizatório o de Era Uma Vez em Nova York, embora o filme trate de crimes hediondos, e diversos graus de relacionamento se constróem diante de nós: desde um momento de violência, diante de uma fotografia de família vista numa estante, até um instante de abandono, em que o mais trágico desses três fantasmas sem história de fato se revela ao espectador como um espectro, no reflexo de uma janela, a desaparecer.
“Era Uma Vez em Nova York tem muitos momentos de força excepcional e rara delicadeza, nenhum mais potente do que a última cena, que atinge um equilíbrio visual assombroso entre os personagens de Ewa e Bruno”. Chicago Sun-Times