inegável que Paulo Coelho tem muitas histórias para contar. E, principalmente, para serem contadas a respeito dele. Diagnosticado como esquizoide (um tipo de transtorno de personalidade que leva ao isolamento social) na adolescência, foi submetido a tratamento com eletrochoques; tinha uma relação conturbada com os pais, da classe média em ascensão; envolveu-se com inúmeras mulheres (e com alguns homens); passou pelo teatro; pela música (alô, Raul); sofreu bloqueio criativo e ouviu muito não de editor literário (tecla pressionada exaustivamente no filme) até se tornar o autor brasileiro mais traduzido do que Shakespeare.
Bem filmado, bem fotografado, bem sonorizado, o filme é de um apuro técnico que merece menção. Mas sobra forma quando o conteúdo se embaralha.
“Há um tom bíblico escondido em “Não Pare na Pista” que pode ser o trunfo do filme para atingir um grande público. A vida do escritor Paulo Coelho é tratada como uma escalada de superação de um homem testado por diversas provações. E que, mesmo esbarrando em adversidades, segue seu caminho e é agraciado com a recompensa da consagração”. Rolling Stone