A história segue um rumo linear ao contar a história de um salva-vidas que não consegue salvar um turista do afogamento. Depois, transtornado, acompanha o namorado da vítima ao seu país natal, a Alemanha, abandonando a família no Brasil.
Com um projeto tão difícil em mãos, os atores adotam posturas diferentes em relação a seus personagens. O peso maior recai ao personagem de Wagner Moura, um homem ambíguo, estranho, incompreensível. Espécie de herói covarde, Donato ganha traços surpreendentemente sisudos pela caracterização do ator, sempre carrancudo. Donato é um herói impenetrável, um homem amoral (e não imoral), que não tem uma expressão apaixonada diante do namorado, nem arrependida diante do irmão, ou triste diante da despedida.
“Muito mais belas e empolgantes são as cenas que não parecem ter sido feitas para impressionar pela plasticidade. A dança dos dois personagens dentro de casa e a briga entre irmãos no hall do elevador são de uma potência impressionante, justamente pelo realismo, pela adequação dos cenários e do enquadramento à ação, e não o contrário. Praia do Futuro funciona muito melhor quando não tenta fazer bonito, quando deixa aflorar seu aspecto mais ríspido e imperfeito”. Adoro Cinema