O filme tem boas qualidades: a cena de abertura é realmente forte, inovadora em relação ao original, e mostra que a diretora vai investir em um viés psicanalítico (a relação mãe-filha, a automutilação da mãe, a sexualidade dos jovens da escola) ao invés de propriamente sobrenatural. Mas a versão contemporânea erra ao deixar o espectador ver o ponto de vista de todos, o tempo todo, mesmo quando Carrie não está lá.
Pelo menos, na cena clímax do baile, Chloë Moretz enfim dá a impressão de se sentir à vontade no filme. Com os olhos revirados, a boca entreaberta e os braços girando como se fosse o maestro de uma orquestra, a jovem atriz compõe uma atuação mais pertinente.
Essa nova adaptação do romance de Stephen King explora bem a doentia relação entre mãe e filha. As cenas em que a Chloë Grace Moretz contracena com a sempre ótima Julianne Moore são mais assustadoras do que qualquer banho de sangue. Zero Hora