Esta biografia não tem a pretensão de resumir a trajetória de sua personagem, e sim compreender uma única coisa: como surgiu a ideia ousada de que Adolf Eichmann, um colaborador de Hitler e coordenador dos campos de concentração, poderia não ser antissemita, enquanto líderes judeus teriam sido coniventes com o genocídio de seu próprio povo.
O filme prefere traçar um painel do contexto da época, deixando o espectador tirar as suas próprias conclusões. Este é o principal mérito do filme: respeitar a complexidade de seu tema sem reduzi-lo a um jogo de causas e consequências.
Seu clímax, em que Arendt defende-se contra os críticos, se equipara à algumas das grandes cenas de tribunal do cinema, e fornece um inteligente lembrete de que o trabalho para compreender o mundo é necessário, difícil e por vezes genuinamente heróico. (New York Times)